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Porque temos a necessidade de um Plano Pastoral?

A elaboração de um Plano Diocesano de Pastoral é necessária para que haja uma ação evangelizadora eficaz. Este deverá fazer indicações programáticas concretas, levando em conta a pastoral orgânica e de conjunto e fazendo com que as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora sejam uma proposta e um serviço às nossas Paróquias.

Todo processo precisa ser preparado. Uma ação que não tiver um antes, não terá um depois. Para desencadear um processo de planejamento pastoral, sua preparação começa por uma sensibilização dos membros da comunidade eclesial sobre a importância da participação de todos, resposta à exigência de uma Igreja comunhão e participação com o protagonismo dos leigos, em especial das mulheres e dos jovens.

OBJETIVO GERAL:

Evangelizar no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude.

DISPOSIÇÃO TEOLÓGICO – PASTORAL

As Diretrizes da Ação Evangelizadora no Brasil 2019-2023 propõem um Objetivo Geral, com o acréscimo da palavra urbana, tendo em vista o fenômeno da urbanização e a Casa Comum numa referência à Laudato Si, Encíclica do Papa Francisco. As DGAE constituem uma das expressões mais significativas da colegialidade da Igreja no Brasil e uma continuidade enriquecedora pelas experiências das comunidades nas respostas aos desafios da evangelizaçào:

• DGAE 2011-2015: DAp – Cinco Urgências;

• DGAE 2015-2019: DAp – Cinco urgências + Papa Francisco (Ano da Misericórdia)

• DGAE 2019-2023: Estruturadas a partir da Comunidade Eclesial Missionária, apresentada com a imagem da ‘casa’.

A mentalidade do mundo urbano atual está presente na cidade e no campo. O fenômeno da urbanização não se esgota nas médias ou grandes cidades. Ele é amplo! Trata-se de uma mudança no interior da própria cultura criando espaços para novas interpretações do homem e da vida. Esta mudança se deve às grandes transformações na comunicação (internet), a globalização, a midiatização da vida provocada pelas redes sociais, o individualismo e o narcizismo (grifo nosso). Mas as cidades são lugares teológicos. Reclamam a presença de Deus, por esta razão evangelizamos.

Uma Igreja inserida na vida das pessoas, busca escutar as suas angústias, compartilha as suas alegrias, procura compreender suas mentalidades e interpela os seus contravalores: Por isso, ela anuncia e testemunha o “nome, a doutrina, a vida, as promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus” (EN, n. 22) O testemunho e o anúncio rejuvenescem a Igreja. Quando ela volta as fontes recupera o frescor original do Evangelho, despontam novas estradas, métodos criativos, outras formas de expressão, sinais mais eloquentes… (EG, n.11) (DGAE n.11).

Jesus não confiou uma tarefa aos seguidores, mas uma identidade. A missão tem origem divina, realizada por Cristo e continuada pelo Espírito Santo, como protagonista (sujeito) e alma da Igreja evangelizadora.

A missão parte do encontro com Cristo e a Ele conduz. Não se realiza por proselitismo, mas por atração. Por isso, não pode ser um negócio, um projeto empresarial ou uma organização humanitária (EG, n.279). Desta maneira, a vivência cotidiana do amor fraterno em comunidade constitui uma forma privilegiada desse testemunho cristão… Uma covivência que desperta no outro o interesse de sentir como sentimos: “Vejam como eles se amam…” (At 2, 42). (DGAE n. 21-24)

A Igreja é a Comunidade de discípulos missionários de Jesus Cristo. E o centro da missão da Igreja é anunciar o amor de Deus e partilhar a alegria que se experimenta na conversão e na nova vida de comunhão com Ele. Esta é a fonte da missão evangelizadora. Por seu testemunho e suas obras a Igreja manifesta ao mundo a razão de sua esperança (cf. 1Pd 3, 15). (DGAE n. 19-20)

A urbanização produz efeito sobre pessoas, grupos e a sociedade como um todo. Por isso, a Igreja, sacramento universal de salvação, como discípula missionária, anuncia sempre o mesmo Evangelho: acolher, contemplar, discernir e iluminar com a Palavra de Deus os complexos elementos culturais, sociais, políticos e éticos que constituem a realidade, com suas luzes e sombras.

O objetivo do nosso Plano de Pastoral, alinhado às propostas das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora é ajudar a Igreja Particular a responder aos desafios evangelizadores num mundo e num país cada vez mais urbanos. São desafios humanos e religiosos, sociais e políticos, culturais e ambientais que atingem a todos indistintamente. Por isso, os Pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária reagrupam as Urgências e traçam um caminho concreto que possibilite uma ação evagelizadora mais eficaz e eficiente. Não se trata de inventar um programa novo; ele já existe, mas é preciso traduzí-lo em orientações pastorais ajustadas às condições de cada Paróquia e Comunidade da nossa Diocese. O Plano de Pastoral Diocesano deverá inspirar a formação, o planejamento e as práticas de todas as instâncias eclesiais presentes na Diocese de Itabuna, mas ficam em evidência algumas exigências como por exemplo, a realização de assembleias paroquiais, de pastorais, serviços e organismos diocesanos, assembleias e/ou reuniões ampliadas nas foranias num espírito de diálogo e troca de experências que iluminem a práxis pastoral.

A Nossa Ação Pastoral vai se articular a partir dos 04 Pilares das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja, e em cada ano vamos metodologicamente assumir um desses Pilares, mas com o cuidado de não esquecer os demais. Esta escolha facilitará um caminho de integração do trabalho de toda a Diocese lhe conferindo uma fisionomia pastoral. Sendo assim, para cada Pilar temos os encaminhamentos práticos como um pontilhado pastoral. Seguir essas orientações irá facilitar o trabalho em nossas comunidades eclesiais. (Pe. Acássio Alves, nota de abertura da 31ª Assembléia Diocesana de Pastoral 14/11/2019).

Sob a proteção de Nossa Senhora e o seu esposo São José, nosso Patrono, este Plano sirva como instrumento para manifestar a alegria do Evangelho a todos os corações, especialmente os sofridos e desesperançados.

OS 04 PILARES DA EVANGELIZAÇÃO

PILAR DA PALAVRA

Iniciação à vida cristã e animação bíblica da vida e da pastoral 12. A IVC consiste na adesão a Jesus Cristo, fundamentada no Querigma (primeiro e principal anúncio) e que não se esgota nos sacramentos da iniciação cristã. O seguimento é amadurecido no Catecumenato, neste tempo, a vida é iluminada pela fé. Por isso, nossas comunidades precisam ser Mistagógicas, ou seja, preparadas para favorecer o encontro com o Senhor. 13. A Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela. É preciso centralizar a Palavra de Deus na vida das comunidades, por isso, ela precisa estar presente nos encontros, nas celebrações e nas mais variadas reuniões.

ENCAMINHAMENTOS PRÁTICOS

META: Reestruturar, fortalecer e potencializar a catequese

1. Criar a Comissão para elaborar o Projeto da IVC (Iniciação à Vida Cristã) a fim de que ele seja assumido como caminho de formação catequética;

2. Estudar o RICA com os catequistas e que a formação seja continuada nos níveis paroquial, forania e diocese;

3. Monitorar as formações para que cheguem às paróquias a partir dos CPPs e do Conselho Diocesano de Pastoral através de avaliações semestrais tendo em vista as Assembleias Diocesanas;

4. Dar ênfase ao Ano Vocacional Diocesano, levando em conta a vocação do catequista;

5. Fomentar o conhecimento bíblico e doutrinário da igreja por meio de grupos de estudos na/ou entre paróquias de uma mesma região pastoral, favorecendo o Projeto de “Igrejas-Irmãs”.

META: Formar grupos de estudo bíblico

1. Revitalizar da Escola de Teologia;

2. Estimular a participação de novos membros da ETEL e que estes possam ser multiplicadores e assessores nas Paróquias onde atuam;

3. Criar grupos paroquiais de estudo bíblico, pastoral e doutrinário.

Pilar do Pão: Liturgia e espiritualidade

160-161. A Palavra e a Eucaristia são elementos essenciais e insubstituíveis na vida cristã. A liturgia é o coração da comunidade. Dela parte o compromisso fraterno e missionário. O domingo precisa ser celebrado como o Dia do Senhor, seja pela Eucaristia ou pela celebração da Palavra de Deus, quando a família cristã se encontra com o Senhor e os irmãos. Essa valorização do Dia do Senhor exige ações concretas como manter as igrejas abertas; que haja clima efetivo de acolhida àqueles que chegam; flexibilizar horários para atender as necessidades dos fiéis; oferecer a celebração da Palavra onde não fr possível a celebração eucarística; incentivar a criação da pastoral litúrgica;cuidar da qualidade da música litúrgica.

162-163. Estas celebrações não sejam marcadas por subjetivismos emotivos e nem pela frieza da rigidez rubricista e ritualista. Evitem-se retrocessos litúrgicos e fugas intimistas, mas sejam verdadeiras celebrações comunitárias, que conduzam ao mistério divino e ao compromisso histórico.

ENCAMINHAMENTOS PRÁTICOS

META: Formar leigos para ministro da palavra (Prerrogativa do Bispo)

1. Assessoria da Comissão Diocesana de Liturgia na formação para os ministros da Palavra em todos os níveis: paroquial, Forania e Diocese;

2. Seminário de formação para ministro da palavra;

3. Dar maior espaço para os leigos através dos Conselhos de Pastoral, Econômico e Administrativo manifestando uma igreja mais participativa e de comunhão;

4. Capacitar leigos e leigas para ministros da palavra, através de curso específico por forania, tendo como disciplinas básicas: homilética, exegese, bíblia e laboratório de comunicação.

META: Resgatar o domingo como dia do Senhor

1. Catequizar o povo, mostrando o valor da missa dominical;

2. Sensibilizar através da catequese constante nas missas o cristão católico a valorizar e respeitar o domingo como Dia do Senhor;

3. Criar a Pastoral Litúrgica em todas as Paróquias para uma celebração mais consciente;

4. Preparar as celebrações, respeitando-se as partes que compõem o rito;

5. Realizar com dignidade e competência as ações celebrativas;

6. Avaliar a preparação e a realização das celebrações em busca em busca do crescimento e qualidade celebrativa.

PILAR DA CARIDADE: SERVIÇO À VIDA PLENA

102-103. Amar a Deus e ao próximo: sem caridade a oração não é cristã. Contemplando o mundo com os olhos de Deus é possível perceber e acolher o grito que emerge das várias faces da pobreza e da agonia da criação. Oração eucarística: “Dai-nos olhos para ver as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs; inspirai-nos palavras e ações…” (Oração Eucarística VI-D Missal Romano)

104-105. As questões sociais, a defesa da vida e os desafios ecológicos da cultura urbana têm que ser enfrentadas pelas nossas comunidades, com postura de diálogo, de serviço, de respeito, de justiça e do bem comum, de cuidado com o meio ambiente. Quem não sabe chorar, não é mãe. Anunciamos o Evangelho da paz, mas não ignoramos os desafios da violência decorrente das injustiças sociais.

108-109. A opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica (cf. Bento XVI). Todos os cristãos devem buscar uma vida simples, austera, livre do consumismo e solidária, capaz da partilha de bens. É missão da comunidade cristã a promoção da cultura da vida, com enfrentamento dos desafios que a ela se impõe: violência, falta de moradia e vida digna, migrações, crianças e idosos explorados e abandonados, juventude sem perspectivas, crise familiar, educação, saúde…

ENCAMINHAMENTOS PRÁTICOS

META: Encorajar o clero e o laicato no empenho apostólico inspirado na doutrina social da Igreja para transformação das realidades temporais.

1. Formar e conscientizar clérigos e leigos acerca da Doutrina Social da Igreja;

2. Fortalecer e acompanhar as pastorais e os movimentos sociais já existentes na Diocese;

3. Criar a Escola de Fé e Política;

4. Incentivar os leigos na participação na política.

META: Criar o Setor de Caridade Diocesano

1. Incentivar, criar e apoiar pessoas e/ou instituições que trabalham com populações vulneráveis a exemplo das casas de acolhida e moradores de rua, pacientes em trânsito (visto que Itabuna é um Pólo Regional de Saúde);

2. Procurar parcerias com entidades públicas e privadas que possam ampliar a ação solidária realizada pelas paróquias e outras instituições eclesiais;

3. Criar uma comissão para constituir o Setor de Caridade Diocesano;

4. Promover encontro ou congresso diocesano com as pastorais sociais e movimentos sociais.

PILAR DA AÇÃO MISSIONÁRIA: ESTADO PERMANENTE DE MISSÃO

116. Essa missão é intrínseca à fé cristã. O Querigma não pode ser pressuposto, nem mesmo entre os membros da própria comunidade, pois uma profunda crise de fé atingiu muitas pessoas. Portanto, o anúncio precisa ser explícito.

117. A comunidade expressa sua missionariedade ao assumir a garantia da dignidade do ser humano e a humanização das relações sociais (amparo nas tribulações, consolo no luto, defesa dos direitos, etc).

118. Vai ao encontro dos novos areópagos, onde estão também as redes sociais. Elas não podem ocupar todo tempo e nem admitir fake News (falsas notícias). A comunicação precisa redescobrir a pessoa e a interação como diálogo e oportunidade de encontro com o outro.

119-120. A voz de Deus também se faz ouvir por meio dos jovens, um dos lugares teológicos onde o Senhor está presente. Eles esperam um clima de diálogo e precisam ser acolhidos, respeitados e acompanhados. Com eles a comunidade é constantemente renovada. Os jovens sempre deverão ser também os missionários entre os próprios jovens. Enfim, a Igreja é mãe de coração aberto para todos.

Encaminhamentos Práticos

META: Recriar o COMIDI e implantar e formar os COMIPA até 2023

1. Formar comissão diocesana do COMIDI, recriando-o até abril/2020;

2. Formação Diocesana sobre o COMIDI, indicando para as paróquias a sua função e papel, bem como dos COMIPAs;

3. Assessoria do COMIDI às paróquias para implantação dos COMIPAs, priorizando as regiões pastorais-foranias;

4. Desenvolvimento de uma pastoral urbana motivadora e eficaz;

5. Elaborar um projeto de ação para realização de Semanas Missionárias feitas pelas Paróquias, grupos diocesanos e seminaristas (como estágio pastoral a definir quando);

META: Dar atenção especial aos jovens

1. Criar uma agenda de eventos específicos para a juventude;

2. Criar projeto de incentivo da juventude através da música e instrumentos;

3. Sensibilizar os jovens a se engajarem em um grupo ou pastoral através de um painel de pastoral em suas comunidades;

4. Adotar uma metodologia mistagógica, dinâmica e criativa que atraia a juventude;

5. Apoiar, incentivar e divulgar os encontros que arrebanham os jovens;

6. Incentivar os jovens a serem apóstolos de outros jovens, com assessoria e orientação de adultos, permitindo o protagonismo pastoral do jovem;

7. Fomentar e estimular a participação dos jovens na construção e execução de trabalhos missionários, subsidiando-os com a devida formação missionária.

Metas e Pistas de Ação em todos os Pilares

• Realização de cursos de formação integral e contínuo destacando-se áreas: litúrgica, bíblica, catequética e social;

• Fortalecimento e capacitação dos Conselhos de Pastoral Paroquial;

• Uma maior interação dos diversos espaços de organização diocesano (CPD – CPP – CAE – CC);

• Fortalecimento da Escola de Teologia para Leigos (ETEL);

• Realização de semanas temáticas: Família, Dízimo, Indígena, Social, Cidadania, Juventude;

• Realização de semanas missionárias em locais carentes de evangelização, feitas por várias Paróquias ou Movimentos;

• Estudos conjuntos por mais de uma Paróquia da Campanha da Fraternidade, Mês da Bíblia, Mês Missionário;

• Valorizar e divulgar com mais ênfase os instrumentos de difusão do Evangelho e trabalhos da Diocese, disponíveis e já utilizados pela maioria das pessoas (blogs, sites, redes sociais, etc);

• Criar e desenvolver aplicativos que permitam às pessoas acesso à Palavra de Deus;

• Fortalecimento da Pastoral da Criança e solidificação da Pastoral da Saúde e/ou outras que venham a suprir carências diocesanas.

• Realização de seminários e oficinas sobre Pastoral e Dinâmicas de Líderes, visando capacitar lideranças e coordenadores;

• Fortalecimento da Pastoral Universitária;

• Realização de Congressos Diocesanos: Bíblico-Pastoral, Familiar, Eucarístico;

• Promover a experiência de “Paróquias irmãs”;

• Motivar o exercício da leitura orante, usando métodos apropriados e estimular a Oração da Liturgia das Horas nas Comunidades;

• Estimular as iniciativas que permitam colocar a Bíblia nas mãos de todos, especialmente os mais pobres;

• Valorizar o Diretório Litúrgico-Pastoral diocesano;

• Potencializar as festas de Padroeiras (os), Novenários, como espaços importantes de Evangelização e formação;

• Ampliar a dinâmica da presença da igreja com visitas sistemáticas nos diversos espaços carentes de evangelização: locais de moradias de estudantes, Escolas, Universidades e Faculdades, nas favelas, nas instituições de saúde, nos assentamentos, nas aldeias indígenas, nas prisões, nos albergues, abrigos para idosos, junto aos moradores e mulheres de rua, entre outros, são testemunho de uma Igreja samaritana e misericordiosa. É importante compreender que as exigências da Evangelização acentuam o aspecto missionário da vida da Igreja. Daí decorre que precisamos de verdadeira parresia no anúncio e no testemunho de Jesus Cristo.

Nota Importante:

Para abordar as nossas metas e encaminhamentos podemos recorrer a um recorte da palestra do Pe. Cristóvão Dworak, CSsR, na abertura de nossa XXVI Assembleia Diocesana de Pastoral em 2015, mas muito atual para este nosso momento diocesano:

Continuam válidos os três grandes âmbitos de evangelização, que exigem cada um, o seu modo específico de proceder: o campo da pastoral ordinária, os afastados da fé católica e da vivência eclesial e aqueles que não conhecem Jesus ou sempre O recusam. “Nós não podemos mais pressupor a fé nas pessoas. É preciso um testemunho explícito” (ALVES, Pe. Acássio. Assembleia Diocesana 2019); Por isso, é importante e indispensável repensar a nossa ação missionária e evangelizadora a partir da fé e a partir do encontro real, não com uma filosofia ou uma ideologia, como lembrava para nós Bento XVI em Sacramentum Caritatis, mas com a Pessoa de Jesus. Nada pode substituir este encontro.

A evangelização passa e está presente em três grandes ações da Igreja de Itabuna, a qual deve ser dada devida importância: no Ministério da Palavra, através de ações missionárias, de catequese, especialmente de catequese de Iniciação catecumenal, de círculos bíblicos, da Escola de Teologia para Leigos, de cursos, de formação da imprensa católica, do rádio, da internet, da televisão e de outros meios; no Ministério da Liturgia, através de celebrações de qualidade realizadas ao longo do Ano Litúrgico, através da catequese mistagógica, através da vivência da piedade popular, entre elas, da devoção que o nosso povo tem para com o Bom Jesus da Lapa, bem como do avolumar-se das Romarias à Aparecida do Norte; no Ministério da Caridade, através de ações promovidas e desenvolvidas pelas pastorais sociais e pelas ações caritativas unificadas. Talvez fosse interessante acrescentar ao Anuário Diocesano a relação de obras sociais realizadas pelas Paróquias e pela Diocese.

Dízimo como suporte para a ação evangelizadora. Para poder desenvolver a ação evangelizadora em seus diversos níveis, necessitamos também de recursos financeiros. E estes vêm, e devem vir, antes de tudo do dízimo, como expressão de uma fé viva e consciente. O dízimo é também a expressão de verdadeiro amor pela Igreja de Jesus. Contudo, o Papa Francisco lembra que “o resultado do trabalho pastoral não assenta na riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor” (PALAVRAS, 2013, p. 91).

Estruturas a serviço da evangelização. Todas as estruturas organizacionais e materiais que fazem parte da nossa Diocese e das nossas Paróquias precisam estar alinhadas com a missão evangelizadora. Elas não existem para si só. Elas estão a serviço da Boa Nova. Se por acaso, com decorrer do tempo, perderam a sua força, a sua importância e seu dinamismo operativo, precisam, e até devem ser mudadas ou substituídas.

A Espiritualidade e a vida de oração. O Cristão do século XXI precisa ser místico ou não será nada, dizia o grande teólogo Karl Rahner. Não adianta trabalhar na Igreja sem Jesus. Não basta ser um “funcionário” eclesial ou um agente do “sagrado”. A nossa pastoral, qualquer que seja, será infrutífera se a motivação central não for o próprio Jesus. “O centro é Jesus, que convoca e envia” (PALAVRAS, 2013, p. 144). O próprio Jesus lembra aos discípulos que sem ele, nada podem fazer (cf. Jo 15,5). E a sabedoria do salmista ensina que um rei não vence pela força do cavalo, nem se salva pela sua resistência, mas pela força que vem do Senhor e pela esperança que nele é colocada (cf. Sl 32,17-18).

(DWORAK, Pe. Dr. Cristovão. Conferência de abertura da XXVI Assembleia Diocesana de Pastoral. Itabuna 22/11/15)